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OS RUINS NÃO SÃO BONS PORQUE OS BONS NÃO SÃO MELHORES

quarta-feira, 25 de maio de 2011

NÃO SEJA JUMENTO


    Já li máximas que me pareceram o máximo. Frases sábias chamadas “pérolas de sabedoria”, ditas por poetas, filósofos, cientistas, místicos... Uma que me vem a mente neste momento foi dita por um anônimo nordestino: “Não seja jumento!”. Muita gente não deu ouvidos a frases como essa, de profunda sabedoria, e não foi capaz de superar o caráter jumentístico da convencionalidade.  Alguns personagens da idade média, à frente de seu tempo, querendo que seus concidadãos fedessem menos, deram a idéia de se banhar uma vez por semana. Julgou-se ser o conselho de um louco exagero. Não lhe parece uma jumentice dizer que é suficiente tomar um banho por ano? E o que você acha de acordar de manhã, abrir a janela, e jogar merda na rua? Um rei, inteligentemente (não poderia ter sido ele ainda mais inteligente?), baixou um decreto: todos os que o fizessem deveriam gritar primeiro “sai de baixo!”. Se é verdadeira a hipótese de que o imperador Nero incendiou dois terços da cidade de Roma para acabar com uma peste, então eu pergunto se em vez de fogo ele não resolveria o problema simplesmente usando água. Mas observando nos supermercados o consumo excessivo de sacolas plásticas, sabendo o mal que elas causam ao meio ambiente, eu também fico impressionado com tamanha jumentice, que, neste último caso, é da atualidade. Alguns dirão que não se deve transportar os sentimentos do presente para o passado. Falemos então do presente. Você não acha uma jumentice usarmos água tratada e clorada para nossas rotineiras e cotidianas descargas sanitárias? Você não acha uma jumentice enviar a merda para o rio, sendo que ela poderia ser útil, benéfica e não prejudicial como tratei no meu artigo de caráter ecológico chamado “apologia da merda”? Por muitos séculos, em vários lugares se jogou na rua; hoje se joga no rio. Continua a jumentice. Ainda uma palavra de três letras: trocou-se rua por rio. E continua o mal cheiro e a proliferação de doenças.  Você não acha uma jumentice organizar a cidade de modo que quem mora no extremo da zona norte, no caminho para o trabalho na zona sul, encontrar alguém que mora na zona sul e está indo trabalhar na zona norte? E como você explica que, na época da velocidade (comparada a velocidade das carruagem do passado) se gaste uma hora inteira para percorrer doze quilômetros da Av. Sapopemba no horário entre 18 e 19 horas? Pois as carruagens ultrapassavam 12 km/h. E o que você acha de se retirar tantas toneladas de petróleo do solo, espalhá-lo no ar e respirar aquilo? Não é uma jumentice? E o que você acha do método pratico de alimentação vegetariana: dar todos os legumes e verduras para o porco e depois comer o porco? O que você acha de a sociedade dispensar-se de uma alimentação saudável e lotar os grandes, complicados e tumultuados hospitais? E, no hospital, pegar infecção hospitalar porque o auxiliar de enfermagem passou um dia inteiro sem lavar as mãos?  O que você acha de os chamados “evangélicos” dizerem que é pecado beber cerveja porque ela contém álcool, mas nunca se perguntarem o que contém um refrigerante como a coca-cola?  Você que tem mais informações do que eu, deve encontrar mais costumes desses que eu chamaria de jumentice. Num programa esotérico de televisão se dizia que “os animais têm alma, pensam e sentem como nós”. Como nós quem ??? Talvez eu esteja sendo indelicado ao chamar gente de jumento. Os jumentos não mudam de comportamento porque não sabem que podem mudar. Nós sabemos. Por que não mudamos?
Geraldo Domezi
Filosofo

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